Jorge Barradas | No jardim da Europa

Esta é a maior exposição realizada até hoje sobre este artista multifacetado, cobrindo todo o período de seis décadas da sua carreira. A exposição, com curadoria do investigador e Historiador de Arte, Carlos Silveira, apresenta perto de 100 obras, oriundas de coleções institucionais e particulares, com destaque para a coleção do Millennium bcp, a Fundação Calouste Gulbenkian e o Museu Nacional do Azulejo.

Esta exposição dá palco à diversificada viagem artística de Barradas, num desejo de transportar o visitante para uma Lisboa boémia dos anos de 1920 e 30, deambulando por cafés e teatros, através da observação da vida popular. Organizada em quatro secções, a exposição apresentará um coletivo de obras de diferentes formatos e técnicas, dando a conhecer a versatilidade e sofisticação deste importante modernista português do século XX.

Jorge Barradas (1894-1971) é um dos artistas de referência da primeira geração de modernistas, que surge com as exposições do grupo dos Humoristas na década de 1910. A obra de Barradas testemunha a renovação das práticas artísticas em Portugal na primeira metade do século XX. Criador de uma obra diversificada, revela nos primeiros anos da sua carreira a marca de ilustrador de revistas e periódicos, seguindo-se mais tarde, o contacto com a pintura e, posteriormente, com a cerâmica, à qual Barradas viria a dedicar os últimos quarenta anos da sua vida, tornando-se num prolífico ceramista, com trabalhos executados em edifícios públicos e privados, por todo o país. Para além de se afirmar também como caricaturista inovador, foi o mais importante artista gráfico dos anos 20, cronista das mudanças sociais e da febre de viver do pós-guerra. Na pintura, empreendeu projetos inéditos, patentes no resultado da viagem à ilha de São Tomé, em 1930, e reinterpretou movimentos vanguardistas como o surrealismo e a abstração gestual, já na década de 60, no final da carreira.

A exposição estará patente até 27 de agosto de 2023.

Baseado no Press Release do Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC)