Palácio Nacional da Ajuda

Inauguração da Sala D. João IV após restauro

Após a conclusão da obra de restauro financiada pela Fundação Millennium BCP, foi inaugurada, no passado dia 9 de novembro, a Sala D. João IV, do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. Esta cerimónia contou com a presença de Sua Excelência o Presidente da República.

O Palácio Nacional da Ajuda, monumento nacional desde 1910, é atualmente um museu de arte que foi antiga residência real. É ainda sede do Ministério da Cultura e utilizado pela Presidência da República para a realização de cerimónias protocolares.

No andar nobre do palácio localizam-se as salas de aparato onde são realizadas cerimónias oficiais, sendo a Sala D. João IV uma das salas de maiores dimensões (170m2), sendo as suas paredes e teto totalmente revestidos por frescos.

A pintura das paredes é de autoria de José da Cunha Taborda sendo a do teto de Domingos Sequeira. Foram executadas, com toda a probabilidade, em 1823. Taborda, na parede Poente, retrata o Ato do Juramento Solene de D. João IV, ocorrido a 15 de dezembro de 1640; nas outras coloca uma atenta assistência, constituída pela pequena nobreza, burguesia e povo. Já para o teto foi escolhida uma obra de Sequeira, reproduzindo a Alegoria da Justiça e da Concórdia, tela pintada em Roma, em 1794. No centro, o artista pintou a Justiça e a Sabedoria abraçadas, tendo por perto um génio exibindo uma cadeia quebrada. À direita, a Pátria e o Génio Tutelar do Reino repelem duas criaturas maléficas. É evidente a associação que se pretendeu fazer entre a libertação e restauração da Pátria em 1640, levada a cabo Por D. João IV, e a ação igualmente libertadora de D. João VI, mas agora em relação aos franceses. Trata-se também, e por isso, de relevar os méritos da Dinastia; e lá se evocam o iniciador da mesma e o representante dela ao tempo. E a ideia da libertação, da quebra da cadeia opressora, está sempre na base do nascer de uma nova era para Portugal.

Os trabalhos de restauro Iniciaram-se em 2018 e tiveram a duração de 18 meses. Consistiram na limpeza e recuperação total de toda a pintura, na consolidação da abóboda e limpeza do extradorso da mesma, pois apresentava risco de ruir.

Informação PNA / DGPC